segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Não tenho tempo


Lá fora as pessoas saíram. Iam. Vinham. Andavam. Corriam. Não tinham tempo para saborear as coisas. As bicicletas corriam. Os automóveis corriam. Os caminhões corriam, a rua corria, a cidade corria. Todo o mundo corria. Corriam todos, para não perder tempo: corriam ao encalço do tempo, para recuperar o tempo, para ganhar tempo.
Até logo, doutor, desculpe-me, não tenho tempo.
Passarei outra vez, não posso esperar mais - não tenho tempo.
Queria tanto te ajudar, mas não tenho tempo.
Não posso aceitar, por falta de tempo.
Não posso refletir, nem ler... não tenho tempo.
Não temos tempo para saborear o tempo.
A criança está brincando, não tem tempo... mais tarde...
O estudante tem seus deveres a fazer, não tem tempo... mais tarde...
O trabalhador tem suas preocupações, não tem tempo...
O rapaz pratica esporte, não tem tempo... mais tarde...
A que casou tem sua casa, deve organizá-la, não tem tempo...
Assim correm todas as pessoas atrás do tempo!
Apressadas, atropeladas, sobrecarregadas, enlouquecidas...
Nunca chegam, falta-lhes tempo. Apesar de todos os efeitos, falta-lhes tempo. Falta-lhes muito tempo.
Com certeza há um engano geral: horas curtas demais, dias curtos demais, vidas curtas demais.

Precisamos saborear cada momento da nossa vida!!!

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