sábado, 22 de agosto de 2009

Declaração do Riso da Terra Carta da Paraíba

Quando os deuses se encontraram e riram pela primeira vez, eles criaram os planetas, as águas, o dia e a noite. Quando riram pela segunda vez, criaram as plantas, os bichos e os homens. Quando gargalharam pela última vez, eles criaram a alma, de um papiro egípcio.
Vivemos um momento em que a estupidez humana é nossa maior ameaça. Palhaços não transformam o mundo, quiçá a si mesmos. E nós, palhaços, tontos, bobos, bufões, que levamos a vida a mostrar toda essa estupidez, cansamos.
O Palhaço é a expressão da alegria. Palhaço é a expressão da vida no que ela tem de instigante, sensível, humana. A alegria que o palhaço realiza a cada momento de sua ação, contribuindo para estancar, por um momento que seja, a dor no planeta Terra.
O palhaço é a única criatura no mundo que ri de sua própria derrota. E ao agir assim, estanca o curso da violência. Os palhaços ampliam o riso da Terra. Por esse motivo, nós, palhaços do mundo, não podemos deixar de dizer aos homens e mulheres de nosso tempo, de qualquer credo, de qualquer país: cultivemos o riso. Cultivemos o riso contra as armas que destroem a vida. O riso que resiste ao ódio, à fome e às injustiças do mundo. Cultivemos o riso. Mas não o riso que discrimine o outro pela sua cor, religião, etnia, gostos e costumes. Cultivemos o riso para celebrar as nossas diferenças. Com o riso que seja como a própria vida: múltiplo, diverso, generoso. Enquanto rirmos, estaremos em paz.

João pessoa, 2 de dezembro de 2001.

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